RICARDO não usará a descida do Bétis para «forçar» uma saída, mas não coloca de parte a possibilidade de transferir-se para outro clube ou até outro campeonato. A ideia do guarda-redes passa por continuar em Sevilha e por ajudar o clube a voltar ao primeiro escalão. No entanto, existiria um convite que o faria mudar de ideias, referiu em entrevista ao Maisfutebol/TVI.
Qual será o seu futuro?
«Neste momento, o meu futuro passa por Espanha e por continuar no Bétis. Não existe nada que indique o contrário. Não sei o que poderá passar-se e que propostas poderão ser aceites, mas a informação que tenho é que, nesta altura, não passa pela cabeça dos responsáveis do Bétis deixar-me sair. Um momento difícil seria a desculpa mais fácil para sair. Se quisesse podia escolher essa opção, mas não seria correcto. Não seria bom forçar uma situação dessas. Pode passar-se algo, mas apenas se surgir uma situação que seja boa para o Bétis. Já nem falo em mim, mas sim neles. Existirá se ficarem satisfeitos. Mas não acredito... A indicação que temos é que a aposta será mais forte, porque a II Liga em Espanha é muito difícil. Como o presidente diz: daqui a uns meses vamos estar na I Liga. Estou certo de que vamos conseguir e de que, no ano seguinte, o Bétis terá de estar a lutar por uma vaga nas competições europeias. Porque esse é o lugar onde o clube merece e tem de estar.»
O Bétis recuou um passo para dar dois à frente?
«É sempre triste que um clube daqueles desça de divisão, mas, pensando friamente, como se costuma dizer: há males que vêm por bem. Acho que poderá realmente ser um passo que se dá atrás para depois se darem dois à frente. O clube não podia continuar na situação em que estava. Como dizia um colega, a «afición» pedia uma mudança. É um clube que não pode andar a jogar para se manter na segunda metade da tabela. Creio que este susto [a descida] será um alerta em relação às mudanças obrigatórias a operar dentro e fora do balneário. Falei com o presidente e disse-lhe que prefiro sentir esta tristeza e jogar para subir de divisão do que estar mais um ano na I Liga com esta agonia.»
Que razões encontra para esta descida?
«Quando cheguei já estava assim. O mal estava instalado, devido a uma sucessão de erros, a todos os níveis. Não vou discriminar tudo, até porque não devo fazê-lo. Quando cheguei não existiam portugueses, mas tinha colegas brasileiros, com quem existiu logo uma afinidade total, pela língua e outros factores. Senti que o pensamento de que iríamos ter mais um ano de sofrimento já estava instalado. Os problemas surgem e não são culpa dos estrangeiros. São normais no futebol e não existia total disponibilidade para entender os estrangeiros. Quando as coisas estão difíceis parece ser ainda mais complicado estabelecer o rumo correcto. Mas, como disse, o mal estava instalado e devia ter sido cortado pela raiz. Não o foi. Aliás, foi crescendo.»
Nélson chegou mais tarde. Foi o suporte do lateral nesta altura?
«Aconselhei-o em relação ao melhor sítio para morar, de forma a ficar mais próximo dos jogadores com quem poderia ter maior afinidade - os brasileiros e portugueses. O Nélson é uma pessoa extrovertida e deu-se logo bem com toda a gente. No início fui um suporte, mas a irreverência que lhe é característica e a idade fizeram com que a adaptação fosse rápida. Mas, a determinada altura da época, sentiu grandes diferenças e dificuldades, que já tinha previsto que sentiria. Jogar num Benfica ou num Sporting é diferente. Aí tens muita gente que te ajuda quando já não podes. Ele começou a sentir isso na pele. Queria ir, mas não podia, porque sentia essa diferença. Ninguém o ajudava. Não podia subir tanto no flanco dele porque olhava para trás e não tinha ninguém a cobri-lo. Não existia a solidariedade necessária nos momentos menos bons. De qualquer modo, acho que se adaptou bem.»
Disse que a prioridade é continuar em Sevilha. Está fora de questão experimentar outro campeonato?
«Existem possibilidades. Não vou esconder que, se quisesse, seria um bom momento para sair. Tenho convites e propostas, mas só aceitarei falar com alguém se o presidente me disser: «Ricardo tens liberdade para escolheres para onde queres ir jogar». Não vou forçar o que quer que seja, porque não é o momento para isso. Para além disso, as indicações que tenho apontam precisamente para o sentido contrário. Mas amanhã poderá já não ser assim. Como se diz, o que é verdade hoje, amanhã poderá ser mentira. Neste momento, tudo aponta para que permaneça no Bétis.»
Se tivesse que mudar, tinha alguma preferência? Fala-se em Inglaterra...
«Não tenho preferência. Esta recairá sobre o sítio em que me queiram e me sinta bem. Nunca escondi que actuar no futebol inglês era um sonho por realizar. Tive a opção de ir para Inglaterra quando fui para Espanha, tive de decidir. Não conhecemos o futuro... Ainda sou novo. Ainda tenho 33 anos.[risos]»
Se José Eduardo Bettencourt lhe fizesse o convite para regressar ou terminar a carreira no Sporting, admitia essa possibilidade?
«Nem se punha em causa! Ia a correr! Porque tanto o presidente como o treinador são pessoas apaixonadas por aquilo que fazem e comigo foram sempre fantásticos.»
Tendo em conta as movimentações do mercado, como antecipa o próximo campeonato português?
«Gostava que o Sporting ganhasse. Choro, rio e sofro com eles. Cada vez está mais próximo de ganhar. Mas este ano o F.C. Porto apresentou, novamente, uma equipa muito forte e uma grande solidez. Foi uma corrida muito complicada até ao fim e ninguém conseguia pará-lo. Antevejo um campeonato não muito diferente deste que terminou, mas espero que o seu desfecho seja diferente e que aquele que chegar à frente vista de verde e branco.»
A continuidade de Paulo Bento é meio caminho andado para o sucesso?
«Também, mas não só. É a melhor renovação que fizeram no Sporting. Mas não posso também deixar de dizer que não podiam ter escolhido melhor sucessor para Soares Franco. Apesar de todos os presidentes terem sido fantásticos comigo, quando estive no Sporting, o doutor Bettencourt fazia parte do departamento de futebol e posso dizer que é uma pessoa muito próxima do adepto. Vive as coisas como um adepto normal. Agora vai ter de liderar um projecto que adora. Esta vai ser uma dupla a ter em conta - falo do presidente e do treinador, sem esquecer o resto do staff. Esperemos que o Sporting chegue ao título.»
O que falta para que consiga atingir esse objectivo?
«Chegar em primeiro... [risos] O campeonato é uma corrida de fundo. O Sporting tem de ser mais consistente e ter maior peso nessa corrida. Terá de ter mais confiança e mais golos marcados. Basicamente, o trabalho está feito, mas temos de ter em atenção que o Sporting deve ser uma das equipas mais jovens da Liga. É uma equipa que, pelo seu estatuto, é obrigada a jogar para o título e, muitas vezes, é utópico estar a exigir isso. Sabemos bem o que é a história de um clube, a pressão dos adeptos e o desejo de querer ganhar. Penso que esse desejo está a crescer. As pessoas têm de ter noção de que se apostaram num projecto em que a subida de jogadores da formação é um ponto assente, não podem sobrecarregar os miúdos. São miúdos e, embora a cruz que carregam seja boa, uma vez que é serem campeões nacionais, a verdade é que é muito pesada. Estão a ganhar experiência e minutos de jogo. Acredito que o momento em que o Sporting será, novamente, campeão está muito próximo.»
Como vê a actual situação do Boavista?
«É triste. O Boavista e o Sporting estarão sempre ligados a mim. Passei oito anos fantásticos no Bessa. Deu-me muito, em termos de carreira. Fui campeão. Ganhei a Taça de Portugal, a Supertaça. Ganhei presenças na Liga dos Campeões e na Taça UEFA. Fiz parte de um colectivo que ganhou muitas coisas. Algo que, se calhar, não vai repetir-se. A situação por que está a passar é uma grande agonia, porque vemos as grandes dificuldades em que estão muitos dos clubes. Um deles é o Boavista. Era um clube com uma estrutura sólida. Naquela altura era impensável ter um salário ou prémio de jogo em atraso. Esta imagem caiu, devido a razões que não conheço em profundidade e que estarão relacionadas com a remodelação do estádio e com o facto de o clube não ter recebido dinheiro que era suposto ter recebido. O Boavista gastou o que tinha e o que não tinha. É um clube que não tem muitos associados e, inevitavelmente, isto tinha de acontecer.»
Como é que tem visto as exibições do Eduardo e Beto? Contando também com Ricardo, Quim, Moreira e Daniel Fernandes, acha que Portugal está bem servido de guarda-redes?
«Acho que não nos podemos queixar da nossa escola de guarda-redes. Temos feito coisas muito bonitas em termos individuais, num jogo que é colectivo. Têm dado o seu melhor e feito boas prestações e vejo a sua continuidade na selecção como algo normal.»
E como viu a ida do seu companheiro de equipa Nélson?
«Fiquei supercontente. Só não fiquei a cem por cento porque não pude acompanhá-lo. Mas dei-lhe os parabéns. É sempre bom ver jogadores com a sua qualidade na selecção. É um valor para a equipa. Se será opção ou não já dependerá de quem manda, mas podem estar seguros de que só têm a ganhar com a sua presença.»
Há algum tempo dizia que a selecção devia manter um misto de irreverência e de experiência. Mantém essa opinião?
«Isso serve não só para a selecção. Mas aí tem mais peso porque não passamos tanto tempo juntos. Num clube trabalhamos diariamente juntos e há mais tempo para ir incluindo as pessoas mais novas. Queríamos passar mais tempo juntos na selecção, mas é impossível. Esse factor pesa muito numa transição como é aquela a que estamos a assistir. Tivemos um ciclo, com o mister Scolari, onde tínhamos um grupo com 20 a 30 jogadores. Havia uma surpresa ou outra, ou uma entrada, mas não fugia muito a esse número. Foi-se formando um grupo e aqueles que chegavam ficavam logo completamente integrados. Neste momento, não colocando em causa seja o que for, essa mescla de juventude com experiência esbateu-se. É um teste mais duro para os mais novos.»
Então, é tempo o que falta a esta selecção?
«O que falta é ganhar. Todos nós queríamos ter mais pontos. Uma fase de transição nunca é fácil. Mas, de qualquer forma, até podíamos ter mais gente jovem e termos ganho os jogos todos. Foi melhor assim. Se calhar, se tivéssemos gente mais "velha" as coisas ainda podiam estar piores. É muito complicado lidar com "ses".»
Sente saudades de jogar na Selecção? Continua a manter-se disponível?
As saudades não são sempre as mesmas. Vão aumentando consoante vai passando o tempo desde a última presença. Mas a disponibilidade é sempre total. Devo muito à selecção nacional. Independentemente dos maus momentos que poderemos ter passado, continuo a afirmar que é o melhor clube em que se jogará na vida. Respeito quem manda. A partir do Europeu não foi possível estar presente, mas continuarei a trabalhar para se, um dia, surgir essa oportunidade poder dar o meu contributo. Estar na selecção é um sentimento que nunca se esquece. Passei por momentos fantásticos. Falamos da selecção e arrepiamo-nos ou vêm-nos as lágrimas aos olhos, porque falamos sempre de coisas magníficas.»
Arrepiou-se no jogo com a Albânia?
«Arrepiei-me no momento em que o Bruno [Alves] fez o golo, devido à alegria. Quem não anda no futebol acha que ir à Albânia e dar menos de três é uma derrota. É assim que as pessoas pensam, mas não têm noção de como é jogar naquele sítio. Quem está no futebol conhece as dificuldades com que nos deparamos. É muito difícil. Os campos são maus. O adversário tem qualidade e, em casa, é fortíssimo. Não tem tanta qualidade quanto a nossa selecção, mas tudo o que rodeia o jogo acaba por equilibrar as contas. Como se viu, as dificuldades foram muitas. Tivemos oportunidades para marcar mais golos. Jogámos bem. Fizemos uma partida de luta, de entrega, de determinação. Mostrámos, desde o princípio, que queríamos ganhar. O golo do Bruno foi a cereja no topo do bolo. Foi uma alegria para todos nós. Estava no sofá e dei um salto porque, assim que vi o cruzamento e vi o Bruno a sair, disse logo que era golo. O guarda-redes não chega onde ele chega com a cabeça.»
Pensa que pode ser o ponto de viragem que a Selecção necessitava?
«Espero que sim. Os empates, que fomos acumulando, não foram bons, porque os outros foram ganhando. Cada jogo será uma final e acredito que esta força vai fazer com que estejamos presentes na África do Sul.»
Portugal pode ir ganhar à Dinamarca?
«Portugal pode ganhar em qualquer lado. Se bem que, neste momento, podemos ganhar ou perder em qualquer lado, porque temos de ter a noção de que a equipa vai ter de assumir o risco para ganhar os jogos. Não existe outra forma, Portugal tem de ganhar, pelo estatuto que tem, pela equipa que tem e pelos pontos que tem. »
Acredita então que Portugal estará no Mundial?
«Acredito. Este jogo com a Albânia foi muito importante. Eu acredito até ao final.»
E acalenta também a esperança de que também poderá estar na África do Sul?
Sempre! Vou alimentar essa esperança até ao fim como jogador. Como adepto não, porque é muito longe! [risos] Mas como jogador espero estar presente.»
Sente saudades de jogar na Selecção? Continua a manter-se disponível?
As saudades não são sempre as mesmas. Vão aumentando consoante vai passando o tempo desde a última presença. Mas a disponibilidade é sempre total. Devo muito à selecção nacional. Independentemente dos maus momentos que poderemos ter passado, continuo a afirmar que é o melhor clube em que se jogará na vida. Respeito quem manda. A partir do Europeu não foi possível estar presente, mas continuarei a trabalhar para se, um dia, surgir essa oportunidade poder dar o meu contributo. Estar na selecção é um sentimento que nunca se esquece. Passei por momentos fantásticos. Falamos da selecção e arrepiamo-nos ou vêm-nos as lágrimas aos olhos, porque falamos sempre de coisas magníficas.»
Arrepiou-se no jogo com a Albânia?
«Arrepiei-me no momento em que o Bruno [Alves] fez o golo, devido à alegria. Quem não anda no futebol acha que ir à Albânia e dar menos de três é uma derrota. É assim que as pessoas pensam, mas não têm noção de como é jogar naquele sítio. Quem está no futebol conhece as dificuldades com que nos deparamos. É muito difícil. Os campos são maus. O adversário tem qualidade e, em casa, é fortíssimo. Não tem tanta qualidade quanto a nossa selecção, mas tudo o que rodeia o jogo acaba por equilibrar as contas. Como se viu, as dificuldades foram muitas. Tivemos oportunidades para marcar mais golos. Jogámos bem. Fizemos uma partida de luta, de entrega, de determinação. Mostrámos, desde o princípio, que queríamos ganhar. O golo do Bruno foi a cereja no topo do bolo. Foi uma alegria para todos nós. Estava no sofá e dei um salto porque, assim que vi o cruzamento e vi o Bruno a sair, disse logo que era golo. O guarda-redes não chega onde ele chega com a cabeça.»
Pensa que pode ser o ponto de viragem que a Selecção necessitava?
«Espero que sim. Os empates, que fomos acumulando, não foram bons, porque os outros foram ganhando. Cada jogo será uma final e acredito que esta força vai fazer com que estejamos presentes na África do Sul.»
Portugal pode ir ganhar à Dinamarca?
«Portugal pode ganhar em qualquer lado. Se bem que, neste momento, podemos ganhar ou perder em qualquer lado, porque temos de ter a noção de que a equipa vai ter de assumir o risco para ganhar os jogos. Não existe outra forma, Portugal tem de ganhar, pelo estatuto que tem, pela equipa que tem e pelos pontos que tem.
Acredita então que Portugal estará no Mundial?
«Acredito. Este jogo com a Albânia foi muito importante. Eu acredito até ao final.»
E acalenta também a esperança de que também poderá estar na África do Sul?
Sempre! Vou alimentar essa esperança até ao fim como jogador. Como adepto não, porque é muito longe! [risos] Mas como jogador espero estar presente.»
Devido à descida, à partida, não defrontará Cristiano Ronaldo. Lamenta esse facto?
«É uma vantagem! [risos] É óbvio que gostaria de tê-lo pela frente, porque significava que continuava na I divisão - embora não fosse positivo passar por mais um ano de agonia. Não defrontá-lo... é bom. Acredito que continuará a progredir, embora existam muitos cépticos em relação a isso. Em Espanha a exigência é muita e as coisas são bastantes diferentes. Está num clube onde a exigência será grande e acredito que ele continuará a mostrar o seu valor.»
Acha que vai adaptar-se facilmente?
Durante mais de um ano toda a gente exerceu uma pressão enorme (por exemplo os media) para que o Ronaldo fosse para o Real Madrid. Agora está feito. Tenho a certeza de que ele terá a noção de que, a partir deste momento, vai acontecer um fenómeno, de alguma forma, inverso. Se ele e/ou os galácticos não estiverem bem, vai funcionar ao contrário. Agora vai ter muito mais gente a querer-lhe mal do que bem. Ronaldo terá de estar sempre ao mesmo nível em que esteve todos estes anos no Manchester [United], porque senão não lhe vão perdoar, seja o público ou a imprensa. Mas acredito que, na equipa onde está e depois de um ano em que o principal rival ganhou tudo o que havia para ganhar, este é o melhor ano para Ronaldo "rebentar" com Espanha.»
Acha que os factores exteriores serão, então, os maiores adversários de Ronaldo?
«Creio que sim. Aliás, tenho a certeza absoluta, porque talento ele tem - não vai desaprender e a bola é redonda como em Inglaterra. A maneira de jogar é diferente. Em Espanha o futebol é diferente e o Real Madrid também não joga como o ManUtd, mas acho que os factores externos serão o ponto que poderá desequilibrar a sua estabilidade desportiva.»
Como é que vê o facto de ser um português a protagonizar a transferência mais cara de sempre? Isto tendo ainda em conta o facto de que irá auferir o ordenado mais alto de sempre e terá uma cláusula de rescisão nunca vista...
«Não sei. Existe um misto de orgulho, por ser português, mas também existe o sentimento de que... está tudo doido. A cláusula de rescisão é uma quantia astronómica e mesmo a transferência de 90 e tal milhões... Não podemos pôr em causa o valor da pessoa. Aquela pessoa não vale aquilo. O mercado é assim e as qualidades futebolísticas também ajudam muito, mas são números "impensáveis".»
A saída de Luiz Felipe Scolari da Selecção Nacional, para rumar ao Chelsea, parece assunto tabu, ainda que já tudo tenha sido confirmado pelos responsáveis dos blues e da FPF. Ricardo apontou que «é uma grande perda», mas preferiu não revelar como é que os jogadores souberam da transacção, disparando em algumas direcções. O guarda-redes falou em «profetas da desgraça» e avisou que quaisquer tentativas de destabilização «são infrutíferas».
O Seleccionador Nacional apontou que o seu futuro seria conhecido no final da prova, mas a verdade é que tudo se desvendou na primeira fase do Campeonato Europeu. O director desportivo, Carlos Godinho, lamentou o «timing». Ricardo preferiu não se «pronunciar», ou melhor, não ir além de: «Não tenho de achar nada. Isto é uma coisa normal. Não tem a ver com timings. O mister será treinador de um clube, mas no presente é seleccionador nacional e tudo fará para orgulhar os portugueses.»
Afinal como receberam os jogadores a notícia? «As coisas vão correndo e sabemos que as coisas podem ou não acontecer. Não foi bem como foi dito e escrito, mas de uma forma normal.»
«Vamos tentar que a sua despedida seja a melhor possível«
Havia a ideia de que os atletas tinham instruções para tratarem/falarem do seu futuro apenas após o Europeu, mas Scolari abriu um precedente, ou não. Ricardo não foi claro em relação a isso: «São questões que têm a ver com decisões internas e não são para expor. Quem quiser tratar das coisas assim muito bem. Não divulgo as conversas particulares e com pessoas superiores.»
Ricardo não deixou de lamentar a saída de Scolari, deixando a ideia de que o treinador é importante para a Selecção. Mas disse ficar feliz pelo brasileiro: «É sempre uma grande perda. Os resultados falam por si. Portugal nunca teve tantos resultados positivos consecutivos. É uma realidade e é a vida. Ficamos tristes por um lado e contentes por outro, porque vai continuar a fazer o que mais gosta. Vamos tentar que a sua despedida seja a melhor possível.»
A possibilidade de ser suplente frente à Suíça
Ricardo encara com natural a possibilidade de não ser titular frente à Suíça. «A motivação de todos nós é representarmos a Selecção, quer joguemos ou não. É o treinador que comanda e sabe as melhores decisões, sejam elas quais forem.»
O guardião luso comentou ainda o golo sofrido frente à Rep. Checa, no jogo que Portugal venceu por 3-1: «Não somos infalíveis e tentamos estudar ao máximo tudo o que os nossos adversários podem fazer. Foi num sítio quase proibitivo, com mais mérito do jogador. Temos de estar atentos pois uma distracção pode ser fatal.»